De Enyus Lirus Linfathar, O Errante

Enyus, fonte de minha inspiração a criar um novo mundo (sempre achei essa idéia um tanto difícil demais). Ele se tornou um soldado por um caso da sorte, só foi aceito na milícia de Fardon porque uma guerra contra o povo-sombrio se iniciara. Ele viu seus pais sendo assassinados e foi criado por Arthur, quem veio por se tornar seu mestre. Sir Arthur era um Cavaleiro Branco de Turshec; ele tinha uma filha chamada Garnet (é, eu não tinha muita imaginação naquela época e não tinha lido ainda Senhor dos Anéis para dar um nome élfico a ela); Enyus, na adolescência, apaixonou-se por Garnet e ela por ele; a mãe de Garnet morrera quando ela ainda era criança.

Enyus foi, então, para a guerra com o Exército Branco contra o povo sombrio, que tinha acabado de invadir o Reino Turshec. Foi então que Enyus enfrentou a sombra com a espada mágica que seu mestre lhe dera. Depois das sombras terem dispersado, Enyus estava no acampamento dos soldados quando algo lhe chamou lá fora, fora do acampamento. Falou com Sir Arthur que lhe disse para seguir seu coração. Enyus tomou em mãos a Matadora de Sombras e foi para as colinas onde se dera o combate. Lá encontrou quem se auto proclamou Bako e eles lutaram até que Enyus conseguiu cortar o pescoço de Bako, deixando a Matadora de Sombras em pedaços. Bako disse que eles se encontrariam de novo.
Com o tempo, Enyus demonstrou seu valor com a espada e se tornou um Cavaleiro Branco. Foi nos treinamentos junto aos Cavaleiros que Enyus conheceu Tárion II, herdeiro do trono de Turshec. Eles se tornaram bons amigos e lutaram muitas batalhas juntos. Nesse tempo, o Reino Branco estava lutando contra o povo sombrio e muitas batalhas foram travadas para exoulsá-las (A última grande intervenção de Asnüminë em mil anos). Enyus era mais eficaz na espada que Tárion, e o herdeiro admirava e invejava esse fato, mas nunca dissera nada a Enyus pela amizade que tinham. Certo dia, a Coroa passou para as mãos de Tárion e ele colocou Enyus como general de seus exércitos. Enyus aceitou o convite com relutância. Mas a sombra caiu sobre a casa de Turshec. Valmer, o Senhor do Inferno, apareceu para Tárion e lhe ofereceu poder. Ele veio sob a forma de um grande guerreiro e conselheiro confiável e logo conquistou o Rei com sua língua de cobra. Valmer, sob o nome de Tür, disse ao Rei que eles deveriam se livrar de Enyus e o convenceu que Enyus rebelaria o exército para não sair do cargo. Então, numa noite de inverno, Tárion chamou Enyus a comparecer no salão real. Lá estavam só Tárion e Tür, que tinha se tornado Alto-Conselheiro. Enyus percebeu, após uma conversa de guerra, que Tárion portava a Lâmina Branca, só usada em guerra e acontecimentos solenes. Era totalmente proibida a entrada de armas no Salão Real, a não ser em casos de invasão do castelo. Enyus perguntou por que Tárion a portava e então recebeu as últimas palavras que ouviu em sua vida: “É uma pena que num tempo de guerra não possamos mais confiar em quem já juramos fidelidade e irmandade em armas, Enyus, meu irmão. Não poderia tolerar ser traído por meu próprio amigo!” O rei partiu com a espada desembainhada para cima do Cavaleiro e já percebia o que estava acontecendo. Quando Enyus se virou para sair dali, levou um soco na face e caiu de joelhos no chão. Nunca tinha sentido tamanha força. Era Tür que, logo em seguida, chutou-o e o derrubou totalmente ao chão. Tür, então, fez um gesto para que o rei terminasse o serviço e Tárion o fez. Enyus morreu e, no dia seguinte, fora enterrado em uma cova sem nome e afastada do palácio de Turshec, o que era feito com os traidores. Sir Arthir abandonou o posto e deixou o reino junto da filha Garnet, que enlouqueceu. A Lâmina Branca passou a ser conhecida por alguns poucos que descobriram o que aconteceu por Lâmina da Traição. O rei se tornou ambicioso por poder e jogou fora a espada da Família Real. Ela se perdeu pelos anos e pelo mundo.

Enyus acordou em um lugar escuro e encontrou um ser que se disse chamar Ars, o Senhor do Abismo. Ars fez um pacto com Enyus. Neste, constava que Enyus ganharia poder e seria treinado no Abismo até que ele pudesse retornar. Enyus se tornou um Genasi Inferiori e aprimorou os seus poderes e os recém-adquiridos. Algo novo crescia dentro dele, algo poderoso, algo muito, muito maligno. Além de Genasi, Enyus era agora, também, o Avatar de Ars. No Abismo, Enyus reencontrou Bako e eles lutaram novamente. Enyus, com os poderes de Ars, derrotou-o facilmente. Era a hora de voltar e cumprir sua parte do pacto. Enyus voltou para o mundo material com uma leva de diabos. Ele causou o caos e a destruição de metade do Reino de Turshec. Ninguém sabia que ele havia retornado e ninguém podia imaginar o que ele faria. Todo o Exército Branco foi derrotado e Enyus, finalmente, chegou ao Palácio Real. Tür veio ao seu encontro para tentar juntar-se a ele e trair o rei, mas quando viu o rosto do comandante da tropa demoníaca, ele ficou extremamente surpreso. Enyus o esquartejou antes que Tür tivesse a chance de dizer palavra.

No palácio, Enyus foi até o salão real sozinho e lá encontrou Tárion com sua nova espada negra empunhada. Mas o rei ficou tremendamente abismado em ver que Enyus retornara dos mortos. Enyus disse, então, com uma voz demoníaca: “Chegou a hora do verdadeiro traidor morrer!” A última tropa do rei entrou. Eram apenas dez soldados que esperavam derrotar o demônio pela vantagem numérica. Enyus matou nove deles e disse ao último: “Espalhe por aí que Enyus retornou para cumprir sua vingança contra o rei, o verdadeiro traidor!” O soldado saiu correndo. Só sobrara Tárion que jazia inerte perante o trono. “MORRA TRAIDOR!”, disse Enyus. E o Genasi liberou sua Forma de Batalha e arrancou a cabeça do Rei Tárion II.

Mas Enyus, levado pela alma de Ars, continuou a onda de destruição.

Até que, em um vilarejo insignificante perto da fronteira leste, Enyus encontrou uma mulher que entrou em sua frente quando ele devastava uma casa. Era um rosto familiar a Enyus. Garnet. Mas a alma de Ars parecia maior que o amor de Enyus, e ele logo levantou as garras para desferir o golpe final. Foi então que Enyus percebeu que tudo que ele fizera fora errado, que sua vingança não o levaria a lugar algum. A alma de Ars, percebendo o que estava acontecendo, tentou sufocar a alma de Enyus. E um conflito interno começou. Quando Ars parecia ter vencido, Enyus usou todas as suas forças para expulsar de si a Alma de Ars. Enyus caiu de joelhos pelo esforço e saiu da Forma de Batalha. Enyus viu, então, o estado de loucura de sua amada, beijou-a na testa, levantou-se, tomou sua espada e destruiu todo o exército demoníaco que antes liderava. Ars ria no Abismo, já percebendo a intervenção de outra divindade. Garnet continuou louca, mas passou a cantar ao invés de sonhar ela ganhou uma vida mais longa e, quando perguntavam a ela o porquê de ela viver mais e não envelhecer, ela dizia que estava esperando seu prometido. Sir Arthur encontrou com Enyus anos depois quando este voltou ao vilarejo, por causa de rumores que Garnet havia adoecido (invenção de Arthur para tentar atrair Enyus para lá novamente). Sir Arthur ficou alegre por ver que Enyus continuava vivo e não tinha envelhecido nem um pouco, mas também ficou triste por achar que ele não viveria tempo suficiente para ver o verdadeiro desafio de Enyus. Mas Enyus disse: “O senhor, mestre viverá o quanto quiser.” E Enyus deu, assim, a dádiva de uma vida prolongada a Arthur.

Enyus passou a vagar sem rumo por Faralchar, ajudando os necessitados por onde passava, mas nunca demonstrando sua verdadeira identidade. Ele continuou com os poderes de Genasi, mas também com resquícios da alma de Ars que ainda o atormentam o sono. Os três, então, vivem até hoje, 250 anos após a Traição de Tárion II. E a lenda de Enyus, o Cavaleiro Errante, é contada em todos os cantos de Hyralfen por alguns poucos que sabem a verdade, como aquele que foi ao Abismo e retornou, que enfrentou o mal dentro de si e venceu.

Autor: Cássio

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