39 – O Reino Perdido do Oeste: O Reino Zan.

Longe do alcance dos Deuses, o Reino Zan é protegido por barreiras místicas e geográficas de todos os lados, evitando que se entre ou saia. Na Primeira Era sob o domínio de Valmer, o Reino Zan passou milênios não acreditando na magia e trocando-a pela tecnologia. Por isso, os Intocáveis, como são conhecidos os habitantes de Zan fora do reino, têm o poder da descrença que expulsa do plano de existência qualquer tipo de magia e ser considerado sobrenatural por eles.

História

Valmer foi o último e um dos deuses mais difíceis para Archond expulsar. Devido à artes macabras de sacrifícios e rituais de sangue, o Demônio Original escapou por cinco vezes das garras do servidor das sombras. Sua última tentativa de proteger-se foi criar uma enorme barreira mágica sobre a Península Oeste para evitar que Archond e seus seguidores entrassem no território e selando a magia mortal. No entanto, o plano não funcionou, pois o poder do servo negro superou o da barreira e ele pôde enfrentar do Demônio sozinho. Mas a barreira continuou mesmo após a queda de Valmer. Muitos dos demônios partiram para o Inferno com medo da reação de Archond, e todas as criaturas místicas que viveram ali foram morrendo aos com o passar dos anos. No segundo século da Segunda Era, o Reino Perdido do Oeste tinha apenas humanos como habitantes e nas várias gerações a seguir, eles abandonaram a magia aos poucos e abraçaram a tecnologia. Primeiramente, os vilarejos organizaram-se em condados ligados pelo comércio e logo um dos vilarejos cresceu mais do que os outros e uma grande e sangrenta batalha sucedeu-se. Não se sabe quando nem quem organizou essa investida, que culminou com a criação de um grande reino. Não foi pouca a surpresa que os dominadores tiveram quando viram que estavam cercado por mares agitados e reinados pela névoa e rochedos escondidos por elas. Mesmo ao sul, onde havia uma passagem por terra para fora do reino, um deserto existia que devorava qualquer um que tentasse transpô-lo. Tais barreiras impeliram os habitantes de Zan a acreditar que aquele reino era a única coisa que existia no mundo, pois todos os registros da Primeira Era foram perdidos. Na verdades, estes ficavam sob o domínio de demônios, tendo os humanos sempre como escravos. Ironicamente, os humanos sobreviveram e os demônios pereceram, juntamente com seus castelos subterrâneos e os tesouros contidos neles. Para a sorte da população, entretanto, quando as garras de Valmer cederam e desapareceram, a região se tornou extremamente fértil e produtiva. O ouro brotava das montanhas do leste e a prata das do oeste e a riqueza perdurou por muito tempo. E permitiu que avanços tecnológicos extremamente importantes sucedessem. Zan tinha uma grande reserva de carvão mineral e descobriu como usá-la para gerar energia a ser consumida por motores a vapor que o resto de Faralchar nunca sequer poderia imaginar. E assim surgiram as locomotivas a vapor e um passo extremamente grande no transporte. Atualmente, existe a Grande Ferrovia que atravessa o Reino Zan de norte a sul e várias outras que ligam as rotas de comércio entre grandes cidades. Também houve a pólvora, que foi descoberta pouco depois da queima do carvão e foi uma força decisiva na Guerra da Unificação. Atualmente, o Reino Zan é um reino próspero, mas com vários problemas advindos do envelhecimento da população e da criminalidade que cresce no mesmo ritmo que os recursos minerais se acabam

Política

Existe um rei, mas o poder é bastante descentralizado. O Rei atua somente em casos externos, que são nulos, ou para resolver disputas entre os grandes proprietários (de terras, minas ou ferrovias). O verdadeiro poder está nas mãos dos Prefeitos, pessoas escolhidas pelos anciãos de cada cidade que tem o poder administrativo e intermédia comércios de larga escala entre cidades através de enviados comerciais. O Prefeito também é incumbido de escolher juízes e fiscais de impostos, além de atuar como diplomata em assuntos intermunicipais. Cada Prefeito deve enviar um relatório para a corte real sobre os acontecimentos importantes da cidade e, principalmente, sobre o estado comercial municipal e o arrecadamento de impostos.

Lei

A lei de Zan é tradicional. Crimes são punidos com restrição de comércio e prisão. Estas, porém não costumam passar dos vinte anos de cativeiro. As prisões do reino são bastante precárias e rebeliões são exauridas com mão de ferro, o que podem gerar algumas ou várias mortes. Todo cidadão deve pagar um imposto anual fixo de acordo com sua ocupação e todas as transações comerciais de grande porte (que envolvam mais de cem POs) são taxadas.

Economia

A economia de Zan é bastante diversificada. Os principais ramos são a mineração e o comércio. A primeira tem decaído devido ao esgotamento, leve mas constante, das minas (principalmente de ouro e ferro). O segundo é bastante desenvolvido principalmente devido ao meio de escoamento de produção via ferrovias e hidrovias que permitem transações comerciais de larga escala entre praticamente todos os pontos do reino. Nos últimos anos, o desenvolvimento de motores que aceitam carvão vegetal tem acentuado o extrativismo vegetal, mas a pequena população que vive em grandes florestas ainda é uma barreira para esse ramo. A pesca é também interessante, principalmente na região de Lacus, pois as técnicas de salga dos peixes permite que seu transporte dure semanas, sendo a região que mais lucra com tal atividade. Um problema econômico que vem crescendo é a criminalidade. Assaltos a trens e barcos estão se tornando comuns e estima-se que 5% de tudo o que é produzido acaba se perdendo devido a roubos, o que é um índice extremamente grande e só tende a aumentar.

Idiomas

O Zanin é derivado do comum e falantes das duas línguas podem entender-se razoavelmente bem. Os únicos outros idiomas encontrados em Zan são dialetos regionais e de pouca importância.

População

Os habitantes do reino são descendentes diretos dos Filhos do Fogo, ou seja, são humanos de alta estatura e geralmente com coloração de pele que vai do moreno ao negro, com olhos escuros em maioria. Não existem outras raças em Zan e nem podem existir, pois Anões, Elfos e outras raças são tidas como criaturas lendárias e simplesmente desaparecem na presença de um habitante do Reino Perdido. O mesmo acontece com monstros. As pessoas são extrovertidas e gostam de conversar por horas a fio, principalmente em barganhas.

Lendas

A maioria das lendas de Zan circundam sobre o assunto do “o que há além do reino”. A maioria das pessoas acreditam que não há nada além dos mares e o deserto é a única coisa que existe além das fronteiras seguras do reino. Alguns aventureiros sonhadores vão a Toreheim em busca dos segredos que o deserto ao sul esconde, mas poucos desafiam as areias e menos ainda retornam vivos, sem nada encontrar além de desolação e calor. Alguns dizem que os mares circundantes guardam monstros e tesouros provindos de navios náufragos assim como os espíritos dos mortos que os protegem. As florestas também tem sua cota de lendas. Mesmo não havendo registros de monstros em centenas de anos, os habitantes ainda hesitam em construir moradias dentro das florestas, com poucas exceções. A Floresta das Névoas é um local extremamente temido pois as névoas do Oceano Circundante adentram as enormes árvores e dizem que elas são capazes de tirar a sanidade dos que se atrevam a adentrá-la. Não se pode deixar esquecer também as lendas de grandes masmorras esquecidas por todo o reino que, se fossem analisadas por um estrangeiro poderiam ser ligadas às ruínas provenientes da época do domínio de Valmer.

Locais Importantes

A cidade de Zan é a capital do reino e localiza-se em seu centro, no meio da extensão da Grande Ferrovia. É uma cidade enorme no pé das colinas centrais e aloja os maiores comerciantes dos reinos, assim como o próprio rei. Lacus é uma cidade pesqueira que tem parte construída sobre o famoso Lago Triangular que, além de fornecedor de uma grande variedade de peixes, é também é um ponto turístico durante o verão. Toreheim é bastante conhecida devido a sua proximidade com o Deserto e por ser a cidade mais ao sul do reino, mas é uma cidade pobre se comparada com o resto das cidades de Zan. Maj, Hanz, Jin e Roremaz são as metrópoles da mineração, onde estão concentradas as reservas de carvão e metais preciosos. Tozeron e Mazon são conhecidas por serem duas das raras cidades construídas dentro das florestas e são quase excluídas do restante do reino, fazendo com que a ferrovia que as interliga seja seu único motivo de sobrevivência. Kadai é a segunda maior cidade de Zan, perdendo somente para a capital, conhecida principalmente pela Grande Passagem, que é ponte que faz com que a Grande Ferrovia cruze o rio com o mesmo nome da cidade.

Religião

Os habitantes de Zan não acreditam em deus nenhum, excetuando talvez o Ouro.

Curiosidades

Qualquer habitante de Zan possui um campo de negação, que faz com que qualquer magia ou efeito sobrenatural desapareça a uma distância igual ao dobro de seu campo de visão. Existe um resquício de democracia: quando um Rei morre sem deixar herdeiros os Prefeitos de todas as cidades importantes reúnem-se para eleger um novo Rei; mas só existem dois registros de tal acontecimento em toda a história de Zan. Existem duas Universidades no Reino Perdido, na capital e em Kadai, que visam à perpetuação dos conhecimentos tecnológicos adquiridos até então, principalmente sobre extração, construção de ferrovias, barcos a vapor e armas de fogo.

Geografia

O clima do Reino Perdido é o temperado quente e não há sinal de neve, provavelmente por sua proximidade com o sol. Montanhas existem no leste e no oeste, bloqueando as passagens para o Oceano Circundante e uma região montanhosa que separa o norte e o sul do reino. Os principais rios são caudalosos e excelentes para a navegação. No sul, as montanhas abrem espaço para o grande Deserto, que nunca teve sua extensão revelada. O norte possui duas penínsulas: uma tomada inteiramente pela temida Floresta das Névoas e a outra por um terreno extremamente acidentado e rochoso, impedindo a construção de grandes cidades. O restante do reino é bastante plano, o que permitiu a construção de várias ferrovias, inclusive a Grande Ferrovia.

O Sindicato

O crime em Zan é amplo e organizado. Existe uma Guilda chamada O Sindicato que é responsável por doutrinas de ladrões e está sempre envolvida em grandes furtos. As doutrinas incluem que os roubos devem atingir principalmente as grandes transações comerciais, evitando que pequenos furtos atrapalhem a economia regional. Deste modo, o Sindicato perpetua suas ações e ganha a cada dia mais adeptos, principalmente de pequenos ladrões que almejam uma vida melhor e mais fácil. O Sindicato tem células em quase todas as grandes cidades do Reino Perdido e perpetua seus atos ilícitos com subornos e infiltrações na política local. A guilda possui inclusive locomotivas e barcos próprios que aumentam a chance de sucesso, aliados com um sistema de portos e estações ferroviárias secretas.

O Exército Zan

O Reino Perdido tem um grupo de soldados munidos das mais poderosas armas de fogo e que toma ordens diretamente do Rei. O Exército Zan é uma organização secreta e atua sob os panos, tendo como maior inimigo o Sindicato. Além disso, quando um estrangeiro de outras regiões de Faralchar tem a sorte de adentrar o Reino Perdido, cabe ao Exército Zan capturá-lo, torturá-lo por informações e executá-lo. Em alguns momentos da história do Reino Perdido, apenas dois reis admitiram que existia todo um mundo ao redor de seu território e eles levaram seu segredo para o túmulo, geralmente eliminando todos aqueles com quem o compartilharam. Nessas situações, o Exército Zan ficou muito mais forte, sofrendo um enorme decaimento com a morte do rei devido à queima de arquivo.

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